12 janeiro, 2008

.
.
.
.
cansado de vida
o meu jardim veste-se de Inverno
.
.
.
adormece selvagem
sonha-se bravio
.

.
.
.
.
.
sono vigilante








.
.
.
.
por entre bosques de musgo
.
.
.
.
.
caprichosa
alguma cor insiste

persiste
.
.

obstinada de vermelho sangue



ou plácidos deambulantes laranjas


.
.
.

2 comentários:

náufrago do tempo e lugar disse...

A envolver as margens de um lenho há muito adormecido, há frescuras de musgo e de laranjas guardadas por um gentil gnomo de jardim.

Todas as noites, o diligente e invisível guardião sai de mansinho da casa que mãos hábeis construíram e lhe ofereceram – deixou desde então de habitar as frias entranhas da terra, como é fadário destes génios da natureza - e percorre todo o vergel, saltitando e haurindo a doce fragrância das flores e plantas.

Costuma deter-se junto de uma enorme folha caída sobre as ervas mansas, a que os donos do jardim chamam estrela-do-mar, por ter uma forma semelhante à deste equinoderme asteróide, e por ali fica a observá-la, por tempo indeterminado, e sempre com um largo sorriso nos lábios.

Só o bom do gnomo sabe que o ser inanimado não é folha nem estrela-do-mar, e sim uma estrelinha verdadeira que do céu se despenhou na noite constelada e fria, no preciso momento em que o deus Jano abria as portas ao ano que ora corre. Como dissemos, só ele, gnomo, o sabe, mas não o pode dizer aos donos do jardim, nem a ninguém, porquanto faz parte da sua essência de génio ser invisível e inaudível. :))


Belíssimo, o teu jardim. Como estes que aqui nos permites visitar.

SMA disse...

Estas variações... das cores... do frio ao quente... sinto-te...

bjo doce