05 setembro, 2007

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Lisboa. Basílica dos Mártires, ao Chiado
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Espaço de introspecção. Também deleite.
Religião, meditação e Arte.
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Nasceu de voto afonsino. No baptistério, a inscrição Nesta paróquia se administrou o primeiro baptismo depois da tomada de Lisboa aos Mouros no ano de 1147.
Tem o traçado último de Reynaldo Manuel dos Santos (1731-1791), obra de referência da arquitectura pombalina religiosa.
O seu orgão, é o primeiro orgão completo construído por Machado e Cerveira. Está datado de 1785 e tem gravado o ópus 3, indicando ser o terceiro dos instrumentos construídos pelo autor.
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Há Igrejas sem pároco, esta, pode dizer-se ser uma Igreja sem paroquiantes, porque quase todos os que a visitam, ou a ela recolhem, estão de passagem.
Movidos pela fé ou pela arte, pela frescura que o lugar porporciona ou pausa apetecida entre afazeres e compras, os seus visitantes, ainda que de lugares outros, tornam-se-lhe fiéis. Ritual a cumprir em cada visita ao Chiado.
Ritual que eu cumpro. Num dos últimos bancos, em mim me busco e me encontro.
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5 comentários:

TRIONFO AL GRAND disse...

Que interessante! A igreja que obrigatoriamente visito mais vezes!
...Também me sento no ultimo banco meditando e adorando a Arte Sacra que infelizmente já não abunda, resguardada por motivo dos "larápios".

Um espaço que desde há muitos anos visito e utilizo para meditar nos afazeres da vida...!

Depois com o âmago repleto de luz.Saio e vou Bernard, deliciar-se com um chá. Com vontade de atraiçoar-me e cometer o pecado da gula=))
Adoro estas Igrejas! Um senão acender uma vela é uma aventura...! Raramente se encontra velas verdadeiras.=(
Adoro Arte Sacra! As Igrejas sem missas transmitem-me claridade, Paz.Passear no céu...(desculpe a divagação)=)))**

Anónimo disse...

Que dizer?

Na frescura que se respira, na luz que transforma tristeza em menos tristeza, na traça que troça do mau gosto, na calma feita oásis para quem vem agitado do burburinho quotidiano do Chiado, na tranquilidade que se vive, no silêncio que é lei sem ser imposta,no presépio ao fundo, à esquerda, nas imagens expeditas, na contemplação pura, no recato com que cada um se comporta, nas promessas sempre feitas, com velas ou sem elas, apenas fé ou desespero, nos bancos cúmplices de muita súplica

em tudo isto, Mártires é templo de todos e de ninguém, de crentes e carentes, amarra que nos prende à esperança, consolo abrigado dos olhos do mundo.

Mártires.

Seremos todos?

teresamaremar disse...

Boa noite Trionfo

esta Igreja e uma pequenina na Rua da Vitória são as minhas eleitas. Esta tem algumas imagens de que muito gosto, um Santo Expedito, um Santo António, um São Miguel e um Sagrado Coração numa capela recolhida ao fundo à esquerda.

Não faço o Chiado sem nela entrar, percorro os diferentes altares, também deixo uma ou outra vela (as pequeninas em caixinha vermelha) e depois sento-me, atrás, observo, medito.
É além do mais muito bonita, luminosa, e depois dos restauros feitos o tecto ficou magnífico.
Ahhh e tem sempre água benta :)

teresamaremar disse...

Boa noite Rigoletto

que dizer? :)

ler assim a sensibilidade masculina, deleita.

Templo... de crentes e carentes, amarra que nos prende à esperança... que melhores palavras para dizer do lugar?

A Basílica dos Mártires já assistiu aos meus diferentes estados de alma,
desespero e tranquilidade, inquietação e paz, tristeza e felicidade, contemplação e apaziguamento. Cheiros de Natal, resguardo de tardes quentes.
Tal qual a vida se faz.

Bandida disse...

absoluta a transparência da noite.




beijo teresamar.


B.
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